Quando era miúdo havia nove planetas. Depois passou a haver oito. Fiquei preocupado. Os planetas pareciam raros. Perder um planeta não me parecida uma boa ideia. Depois disseram que afinal Plutão era um planeta anão. Mas há nove planetas anões. Ah! Afinal há 17 planetas no sistema solar. Porém, quando começámos a perceber que as luzinhas que vemos no céu à noite não são buracos, mas sim outras estrelas como o Sol, suspeitámos que deveria haver planetas a orbitar essas estrelas. Até podemos fazer um cálculo simples. Calcula-se que possa haver 400 mil milhões de estrelas na nossa galáxia. Cada estrela poderá ter vários planetas. Ou seja, deve haver bem mais do que 400 mil milhões de planetas só na nossa galáxia. E podemos continuar. Sabendo que há cerca de 100 mil milhões de galáxias no universo visível, podemos concluir que deve haver cerca de 10000000000000000000000 planetas no universo visível. Uma nota. Se houver vida em apenas 0,01% desses planetas, significa que há cerca de 1000000000000000000 planetas com vida. Como já devem ter percebido, um exoplaneta é um planeta que orbita outra estrela que não o Sol. Ou seja, são planetas que fazem parte doutros sistemas solares. O primeiro exoplanetas foi descoberto em 1992. No dia 30 de Novembro de 2023 (ontem) haviam sido detetados 5550 exoplanetas. Destes exoplanetas, 1903 são semelhantes a Neptuno, 1763 são gigantes gasosos, 1678 são Super-Terras, 199 são planetas terrestres e 7 não se sabe bem o que são. Os planetas terrestres são planetas rochosos com dimensões semelhantes às da Terra. Os meus preferidos são as Super-Terras, que podendo ser planetas rochosos, são significativamente maiores do que a Terra. Existem várias formas de detetar exoplanetas. A forma mais comum é através da passagem do planeta em frente à sua estrela, provocando um espécie de pequeno eclipse. A forma menos comum é a deteção direta. Isto porque os exoplanetas não emitem luz própria. Por outro lado, são também mais pequenos do que as estrelas, o que leva a que haja um enviesamento no tipo de exoplanetas que conseguimos detetar. Estes são em geral planetas grandes localizados perto das suas estrelas. Alguns destes exoplanetas orbitam a sua estrela na zona habitável. A zona habitável corresponde a uma faixa, nem muito perto, nem muito longe da estrela, onde a água pode existir no estado líquido. E pensa-se que a existência de água no estado líquido à superfície de um planeta seja essencial para que este tenha vida. Afinal, somos 60% água. Concluindo, nos últimos anos detectámos milhares de exoplanetas. Com novos telescópios como o James Webb e com a nova geração de telescópios que serão lançados na próxima década, encontraremos muitos mais exoplanetas. Alguns destes exoplanetas poderão ter vida. Ou seja, podemos estar a poucos anos de detetar vida fora da Terra. E essa seria talvez a maior descoberta de todos os tempos. Imagem: Quatro exoplanetas a orbitar a estrela HR 8799. Outras leituras:
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