O Éon Hádico é uma divisão informal da história da Terra da qual não há um praticamente registo geológico. Apenas se encontram uns zircões, quase todos de uma formação em Jack Hills, na Austrália. O início do Hádico corresponde à formação da Terra há cerca de 4600 milhões de anos (Ma) e termina com o início do Éon Arcaico, há 4000 Ma. A palavra Hádico deriva do deus grego Hades, o rei do submundo. Pensa-se que Terra formou-se a partir da acreção de partículas de poeira e gás e do bombardeamento massivo de meteoritos. As suas colisões produziram energia cinética que, juntamente com o aquecimento radiogénico, levou à fusão parcial do planeta embrionário. Estes eventos levaram ao primeiro episódio de diferenciação da Terra e à formação de um núcleo metálico. Durante este período, é provável que a Terra ainda não tivesse uma litosfera estável ou uma crusta diferenciada. Pensa-se que os materiais iniciais que compunham a Terra continham uma quantidade significativa de água e, pouco depois da sua formação, formou-se uma atmosfera primitiva a partir da emissão vulcânica de voláteis, principalmente CO₂, hidrogénio e vapor de água. O vapor de água condensou-se num oceano, deixando para trás uma atmosfera principalmente composta por CO₂. A pressão atmosférica elevada permitiu que o oceano persistisse com temperaturas à superfície acima dos 100 °C. A análise de zircões sugere que já existia um oceano de água líquida há 4400 milhões de anos, e que o volume do oceano provavelmente não mudou significativamente desde então. Isso significa que, durante este período, a Terra deixou de estar coberta por um oceano de magma global e passou a ter uma crusta relativamente sólida. Acredita-se que a Lua tenha-se formado há cerca de 4500 milhões de anos, devido ao impacto de um proto-planeta do tamanho de Marte, chamado de Teia. Imediatamente após a sua formação, a Lua já se encontrava a cerca de 100 000 km da Terra, fora do limite de Roche, a órbita mínima abaixo da qual a Lua teria sido puxada em direção à Terra. A colisão entre Teia e a Terra fundiu parcialmente os dois corpos. A proximidade inicial entre a Terra e a Lua gerou forças de maré muito fortes que levaram a uma rápida recessão da Lua. Por volta dos 4100 Ma, a Lua já se encontrava a cerca de 275 000 km da Terra. Hoje encontra-se a 384 400 km. Pensa-se que no Hádico a superfície da Terra ainda não estava dividida em placas tectónicas e, portanto, não havia tectónica de placas. Também não há evidência direta de vida no Hádico. Porém, alguns trabalhos baseados em evidências indiretas sugerem que poderia já haver vida na Terra há 4280 milhões de anos. A origem da vida continua a ser um problema não resolvido. Na verdade, nem sequer existe um consenso acerca do que é a vida e o que a define (um dia, quando me sentir preparado, faço um post sobre o que é a vida e a sua origem). Fonte da imagem: Martin Sanchez via Unsplash #geologia
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